Bráulio Bessa emociona público da Bienal com palestra sobre cultura popular brasileira

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O carisma e a simplicidade do cearense Bráulio Bessa despertaram sorrisos e emocionaram as mais de 350 pessoas que assistiram à palestra “A Poesia que Transforma”, no início da noite deste sábado, 8, na Bienal do Livro de Guarulhos. Um dia memorável para todos que estavam presentes.

 

 

Um case de sucesso que ultrapassou as fronteiras do Nordeste e ganhou o Brasil, Bráulio compartilhou sua trajetória profissional durante a palestra, desde o primeiro contato com os versos do poeta Patativa do Assaré no colégio, quando se descobriu escritor e fomentou o sonho de escrever um livro, até as conquistas atuais.

 

“Comecei a fazer poesias com 14 anos, e hoje a poesia é minha grande missão. Quero divulgar a literatura de cordel, a cultura popular brasileira, buscar respeito ao escritor e ao artista popular”, destacou Bráulio.

 

Com muito bom humor, o poeta contou também sobre quando decidiu arriscar e largar a faculdade para investir em poesia. Fez da internet sua “feira”, de quando as pessoas gritavam em alto e bom som para serem escutadas, e publicou seus textos em vídeo para, enfim, ser visto e reconhecido pela sua arte.

 

“A poesia precisa ser declamada e eu devo muito à magia da internet. Se a gente for parar para pensar, um artista popular brasileiro cria uma página, em 2011, falando de cultura popular nordestina e, de repente, o alcance desse conteúdo chega a 40 milhões de pessoas por mês. Isso é encantador”, conta animado.

 

No entanto, o momento mais aguardado da palestra foi quando o poeta falou dos bastidores da sua primeira participação no programa global “Encontro com Fátima Bernardes”. O primeiro convite chegou por e-mail. A surpresa foi tamanha que ele acreditou ser um vírus entre as demais mensagens. Hoje, já são quatro anos em que o poeta Bráulio Bessa marca presença no programa, com o quadro “Poesia com Rapadura”, onde já declamou mais de 90 temas.

 

“A poesia é um abraço despretensioso”, pontua Bráulio. Segundo ele, a poesia faz bem independente de qual dor a pessoa esteja sentindo. Ela molda e adapta-se ao que o outro sente. “Hoje, eu luto para não perder esse espaço que é tão raro, acredito que ainda tem muita gente para eu abraçar”, concluiu.

 

Ao final de sua palestra Bráulio declamou o poema “Sendo eu um aprendiz”:

 

”Sendo eu um aprendiz, a vida já me ensinou

Que besta é quem vive triste lembrando do que faltou, magoando a cicatriz e esquece de ser feliz por tudo o que já conquistou

Afinal nem toda lágrima é dor

Nem toda graça é sorriso

Nem toda curva da vida tem placa de aviso

E nem sempre que você perde é de fato prejuízo

O meu ou o seu caminho não são muito diferentes

Tem espinho, pedra, buraco para atrasar a gente

Mas não desamine por nada pois até uma topada empurra você para a frente

Tantas vezes parece que é o fim, mas no fundo é só um recomeço

Afinal para poder se levantar é preciso sofrer algum tropeço

É a vida insistindo em nos cobrar uma conta difícil de pagar

Quase sempre por ter um alto preço

Acredite no poder da palavra desistir, tire o “d” coloque o “r” e você tem resistir

Uma pequena mudança, as vezes traz a esperança e faz a gente seguir

Continue sendo forte, tenha fé no criador, fé também em você mesmo e não tenha medo da dor

Siga em frente a caminhada e saiba que a cruz mais pesada o filho de Deus carregou.”