Almeida diz não comentar “rascunho” da Odebrecht

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O prefeito Sebastião Almeida, citado em planilha da empreiteira Odebrecht com o codinome “Sumido”, disse à Folha Metropolitana, durante vistoria às obras do trem de Guarulhos, que não poderia comentar o que ele classifica apenas como “um rascunho”. Ele reiterou que as contas de suas campanhas foram aprovadas.

 

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A quantia que aparece junto à citação de seu nome é de R$ 1.500.000, contendo ao lado a expressão “esgoto”. Conforme índice, Almeida estaria em três arquivos diferentes nas planilhas. Há outros valores mencionados, cuja soma dá R$ 1.500.000. Fica a dúvida quanto a se referir ao mesmo valor ou a outro igual, o que totalizaria R$ 3 milhões.

 

Nas planilhas, não há informações que permitam deduzir tratar-se de doações contabilizadas legalmente ou não. Muitas delas constam como tendo sido feitas aos comitês eleitorais dos candidatos ou aos partidos. De São Paulo, constam, por exemplo, o governador Geraldo Alckmin e o senador José Serra (PSDB), bem como o então candidato à Presidência, senador Aécio Neves, como tendo recebido, respectivamente, R$ 750.000, R$ 1.500.000 e R$ 2.120.000. Os deputados federais Celso Russomano (PRB), Paulinho da Força (SDD) e o ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PCdoB) também estão entre os beneficiários, segundo a planilha, com R$ 500.000 cada um.

 

O ex-prefeito Jovino Cândido (PV) também consta na lista com o valor de R$ 1, que se presume ser R$ 1 mil.

 

CERVEJA NA CAMPANHA

 

As planilhas também fazem referência às empresas Leyroz de Caxias e Praiamar, que são distribuidoras da Cervejaria Itaipava. Há valores que constam como “parceiro It”. Cogita-se que tenham se valido de um estratagema para “esquentar” doações, por intermédio da indústria de bebidas. Investigações apontam que o dono da Itaipava, Walter Faria, teria recebido valores expressivos em contas no exterior, o que ele nega. O empresário alega, também, que nada tem a ver com as doações feitas pelas duas distribuidoras, pois essas empresas não teriam vínculo com a fábrica. Há desconfiança de que os titulares sejam laranjas e que a empreiteira enviasse os recursos para as contas externas e valores equivalentes fossem repassados para as campanhas eleitorais, de forma legal.

 

PT, O MAIS CONTEMPLADO

 

Chama a atenção a disparidade de valores que teriam sido repassados para o PT, quando comparados com os demais partidos. Em uma planilha de resumo, constam R$ 13,3 milhões para o PT, R$ 11,1 milhões para o PMDB, legenda do vice Michel Temer, R$ 5,9 milhões para o PSDB de Aécio Neves, Serra e Alckmin e R$ 7,4 milhões para o PSB, partido do falecido Eduardo Campos, pelo qual Marina Silva foi candidata à Presidência.

 

MORO ENVIOU AO STF

 

Como entre os supostos favorecidos há detentores de cargos eletivos, que, por isso, têm foro privilegiado, o juiz federal Sergio Moro optou por enviar todas as planilhas para o Supremo Tribunal Federal.

 

Fonte: Click Guarulhos