UBSs falham no atendimento à mulher

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Mulheres encontram dificuldade para atendimento ginecológico em Unidades Básicas de Saúde. Na UBS Morros (Região Taboão) não há vagas para consultas de rotina. No caso da UBS Soberana (Região São João), falta especialista e gestantes de alto risco precisam pegar dois ônibus para conseguir o pré-natal.

 

“Tenho epilepsia e por isso minha gravidez é de risco. Mas não tive mais condições de me deslocar de ônibus para terminar o pré-natal”, contou a dona de casa Jéssica dos Santos Silva, que mora na rua do UBS Soberana, mas tem que ir até a UBS Carmela (Região Bonsucesso).

 

 

Além da dificuldade para o deslocamento, com nove meses de gestação, Jéssica não conseguiu realizar nenhuma ultrassonografia, mesmo tendo entrado na classificação de risco. “Estou esperando nascer na fé de que tudo corra bem.”

 

Outra gestante de alto risco conta que também tem se deslocado até a UBS Carmela. “Não sei se é pior não ter atendimento ou se é ter que ir tão longe para conseguir fazer um pré-natal”, comentou a mulher, que não quis ser identificada.

 

Consultas suspensas no Morros

 

Na UBS Morros as duas ginecologistas estão com agenda restrita às gestantes e há quatro meses as mulheres não conseguem marcar consulta para o acompanhamento de rotina necessário para prevenir problemas que podem ser graves, como o câncer de colo do útero.

 

“É um absurdo. Não tem vaga, não informam quando vai ter e a gente vai levando assim”, disse a dona de casa Maria do Carmo Machado, que tem 60 anos e é diabética. Ela contou que nos últimos três meses tentou agendamento três vezes e ainda não tem uma perspectiva de quando a unidade volta a atende mulheres não gestantes.

 

Saúde justifica falhas

 

Quanto à UBS Soberana, a Saúde disse que a unidade atua com corpo clínico composto por médicos generalistas, que realizam pré­natal de baixo risco. Em caso de alto risco, a pasta confirmou que é feito em outras unidades, como Carmela e o Cemeg São João. Sobre a queixa de ausência de vagas, alegou que no momento as gestantes são priorizadas, uma vez que há uma grande demanda de mulheres grávidas no bairro, mas que a médio prazo há projeto de ampliação da unidade.

 

Fonte: Folha Metropolitana