Público do Recreio São Jorge recebe Orquestra Jovem com emoção

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Olhinhos vidrados. Atenção redobrada. Emoção à flor da pele. Crianças e adultos que moram ou trabalham na região do Recreio São Jorge foram presentados na tarde da última sexta-feira (24) com a apresentação da Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos. Para a grande maioria, esse foi o primeiro contato verdadeiro com uma orquestra.

 

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Foto: Fábio Nunes – PMG

 

Com o objetivo de levar a música clássica para as regiões mais periféricas da cidade, o Programa Orquestra no Bairro, uma iniciativa da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, encontrou na EPG Nazira Abbud Zanardi solo fértil para que músicos e espectadores pudessem estabelecer um diálogo interativo.

 

Pan pan nan na nan pan pan. Com graça e didática próprios de um educador, o Diretor de Cultura, Tiago Ortaet, ajudou a conter os ânimos da criançada e o ruído gostoso da escola, que para quem gosta e conhece o ambiente, sabe que significa vida.

 

Alma repleta de chão

 

Os alunos do 5º ano da professora Sandra Regina Oliveira receberam o maestro Diego Pacheco com perguntas curiosas. Eles ficaram espantados ao saber que Diego tem apenas 30 anos e um talento que começou a ser potencializado aos 12 anos, quase a mesma idade de muitos deles.

 

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“Vocês vão gostar muito da apresentação, das músicas que vamos tocar, vai ser uma experiência incrível”, garante o jovem maestro.

 

Sob direção artística do maestro Emiliano Patarra, a OJMG deu início à apresentação mostrando ao público instrumentos que compunham as primeiras formações sinfônicas: o violino, a viola, o violoncelo e o contrabaixo acústico.

 

Dentre as curiosidades desse período, que remonta o século XVII, está a ausência de maestros para reger a orquestra. Duas peças do alemão J.S. Bach foram apresentadas nessa contextualização: Ária na 4ª corda e o 1º movimento do Concerto para Violino e Orquestra em Lá Menor, no qual o solista Fábio Silva comandou a orquestra.

 

No momento seguinte, a orquestra cresceu e cedeu lugar a instrumentos de percussão e sopro, como o oboé e o clarinete. Para aguçar a imaginação das crianças durante a execução da 5ª Sinfonia de Beethoven, o maestro Patarra pediu que no movimento mais tenso, as crianças imaginassem um monstro; já no movimento seguinte, mais calmo e alegre, as crianças foram convidadas a imaginarem príncipes e princesas.

 

O caminho que vai dar no sol

 

Popularmente conhecida como Sinfonia do Novo Mundo, a Sinfonia nº 9 em Mi Menor do compositor tcheco Antonín Dvořák é, simplesmente, uma obra de arte. Composta em 1893, ela foi exibida pela primeira vez no Carnegie Hall, em Nova York, em comemoração ao aniversário da conquista do novo mundo, e por isso ganhou esse nome.

 

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E não apenas de compositores estrangeiros vive a Orquestra Jovem. Em meio ao repertório, as Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa-Lobos, mereceu destaque pelo belíssimo arranjo dos instrumentistas.

 

Para fechar a apresentação em grandíssimo estilo, a OJMG apresentou também a Marcha Imperial, de John Williams, conhecida por todos como a trilha sonora da saga Star Wars.

 

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Faz bem para os ouvidos e acalma. Tatiana Vilela, Agente Escolar da EPG Nazira Abbud e mãe aluna Laura, de 2 anos, assistiu encantada ao concerto junto à filha. “Nunca tinha visto uma orquestra, não tinha ideia do que era um oboé e achei tudo isso maravilhoso. É muito importante trazer cultura para as crianças que não têm acesso”, comemorou.