Pelos botecos da cidade

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São eles que agitam todos os happy hours. Eles tocam de tudo. Das lembranças de uma música dos anos 90 até as atualidades. Seja em qual estilo for, o momento com os amigos no bar fica muito mais legal quando os “cantores de boteco” se apresentam.

 

Lula Sbrissa, 39, toca em bares há mais de 20 anos. Toda sexta-feira à noite e sábado à tarde toca no Boteco Boa Vista. Na sexta, mescla pop rock e MPB. No sábado, toca samba de raiz. “Sou apaixonado pelo que faço”, afirmou.

 

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Dedicação – Edu Araújo seguiu carreira do pai e vive só de música (Foto: Dênis Souza / Divulgação)

 

Já Edu Araújo, toca sertanejo. Ele tem show fixo no Tchê Gandaias Bar, às sextas-feiras e se apresenta no Sport Bar. “Eu comecei no rock, na década de 1990, mas migrei para o sertanejo”, disse.

 

Os dois artistas vivem de música.  “É mais fácil conciliar este emprego do que quem tem trabalho regular”, contou Sbrissa.

 

Araújo disse que largou um trabalho como gerente de uma empresa para se dedicar à vida musical, em 2010.  “Foram três anos de trabalho para conquistar a gerência, mas joguei tudo para o alto e fui viver de música. Não me arrependo”, afirmou.

 

Influência do pai

 

Araújo contou que, para virar músico, foi fortemente influenciado pelo seu pai, que teve uma dupla sertaneja. “Cresci envolvido com a música. Meu pai era cantor. Sempre tive paixão, mas nunca tinha levado tão a sério. Os caminhos foram me levando”.

 

Apesar da influência, seu pai não o viu tocar. “Perdi meu pai em setembro de 2010. Ele faleceu antes de me ver no palco. Era um sonho que ele tinha, mas não conseguiu me ver”, lembrou.

 

De segurança do metrô a músico

 

Antes de se dedicar somente à música, Sbrissa trabalhou nas estações do metrô, como segurança. “De 2005 para cá não faço outra coisa além de cantar”, disse. “Comecei com as famosas bandinhas de rua. Quando tinha 15 anos fui ser baixista de uma banda cover do Legião Urbana”, lembrou.

 

Apesar de se declarar apaixonado pelo que faz, ele disse que encontra dificuldades, financeiras e profissionais.

 

“As vezes algum dono de bar não paga, alegando que a noite foi fraca”, disse. “Há pessoas que não te tratam como profissional. Acham que você está ali para se divertir. Tem cliente que briga querendo que toque mais e outras coisas desagradáveis. Já estou acostumado”, completou.

 

Fonte:  Folha Metropolitana