Moradores do Cabuçu protestam contra ampliação de aterro sanitário

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A Câmara de Guarulhos realizou na noite de segunda-feira (11) audiência pública com o objetivo de debater projeto da empresa CDR Pedreira de ampliação do aterro sanitário localizado no bairro Cabuçu. O encontro foi solicitado por moradores daquela região à Comissão Permanente de Meio Ambiente da Casa. Eles temem os prejuízos ambientais que a obra provocaria. Wesley Casa Forte, presidente da Comissão, coordenou os trabalhos. O secretário municipal de Meio Ambiente Abdo Mazloum, técnicos da empresa, autoridades religiosas e vereadores também participaram do evento.

Foto: Nico Rodrigues

 

Ao falar em nome da CDR, o engenheiro Denis Augusto Afonso defendeu o projeto. Ele afirmou, por exemplo, que a quantidade de lixo depositado diariamente no aterro será igual à praticada há anos, que o terreno é privado, ou seja, não provocará desapropriações, e que a área degradada será recuperada. “Não vamos intervir nos recursos hídricos da região e pretendemos replantar dez vezes mais do que será suprimido”, garantiu.

 

O biólogo Ericson Ferreira, que vive no Cabuçu, questionou as declarações do engenheiro da CDR: “A empresa prevê o plantio compensatório de 29 mil árvores em Salesópolis, por que não fazem isso em Guarulhos?” Na tribuna, moradores e autoridades religiosas reiteraram que a empresa não irá ampliar o aterro sanitário existente, mas, sim, implantar um novo local para descarte de lixo. Alguns pediram a realização de um plebiscito para a população decidir o conflito, além do apoio dos parlamentares. “Se este projeto da CDR for aprovado, vamos entrar no Ministério Público e questioná-lo junto às autoridades competentes”, garantiu o vereador Zé Luiz Lula (PT).

 

Com cerca de duas horas e meia de audiência, após  Valdir Akihiko Nakazawa, da Ecodue gestão e Planejamento Ambiental, coordenador do Estudo de impacto ambiental do projeto, chamar os moradores de “hipócritas”, provocando manifestação ruidosa dos moradores, Wesley Casa Forte encerrou os trabalhos. Ninguém da CDR quis se manifestar sobre o encontro.

 

Está programada para o dia 25 de junho, na Câmara, audiência pública promovida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente para debater a questão. Os moradores, no entanto, não querem a realização do encontro. Segundo eles, isso poderia dar o aval para a construção do aterro, uma vez que a discussão com a população é exigência legal para que o projeto seja executado.